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segunda-feira, 25 de março de 2013



          Fantasma da Seca


Um deserto com terra ressequida
Velhos troncos de galhos ressecados;
Animais padecendo nos roçados
Onde o verde partiu sem despedida.
A tragédia da fome faz a vida
Dissolve-se nas sombras da matéria;
O sertão emurchece a sua artéria
E revela o mais triste dos cinemas;
O fantasma da seca mostra cenas
Sobre a tela tristonha da miséria.
 
Sobre os vales a morte faz morada
Assombrando quem luta contra a fome;
A fagulha da esperança se some
Entre os ramos da planta ressecada.
Uma vaca caminha desolada
Revelando uma imagem muito séria;
O sertão, diferente da Sibéria,
Mostra o sol do verão com duras penas;
O fantasma da seca mostra cenas
Sobre a tela tristonha da miséria.
 
O campônio só vê desolação,
E padece, olhando o pouco gado,
Relutando no mundo descampado
Pelo sol escaldante do verão.
A tristeza se apossa do sertão
Onde a seca se revela bactéria,
Que corrói qualquer tipo de matéria
Devorando esperanças pequenas;
O fantasma da seca mostra cenas
Sobre a tela tristonha da miséria.
 
O sutil colibri, sempre vexado,
Busca em vão encontrar alguma flor;
Só percebe a tristeza e o dissabor
Balançando no galho desfolhado.
O tristonho concriz no seu trinado
Sente a vida na forma deletéria,
Pois a chuva entrou na longa féria
Dando adeus as mais lindas açucenas;
O fantasma da seca mostra cenas
Sobre a tela tristonha da miséria.

domingo, 24 de março de 2013

Foto da Poetisa Rachel Rabelo


                              O ocaso

                                        Soneto musicado por Galvão Filho

Decanta o dia, um crepúsculo ensangüentado,
Pinta de ígneo, todo o imenso firmamento,
Dando ilusão que houve um grande ferimento,
Como se o bucho do céu, fosse perfurado.

Entre as montanhas, um poente avermelhado,
Mostra o final da tarde dando um adeus lento;
No arvoredo o concriz mostra um sentimento,
Num canto triste, que ecoa em todo o roçado.

As borboletas e os colibris buscam um canto,
E a verde flora, da noite, sente o seu manto,
Que cobre de vermelho-negro o fim do dia.

Dentro da mata, o inhambu abre a garganta,
Pra anunciar, que se aproxima à hora santa,
Em que o sertão se curva aos pés da ave-maria.

quinta-feira, 7 de março de 2013

Poetisa Rachel Rabelo



                 
                  Linda Flor

Linda flor do mais plácido jardim
O teu riso se mostra com ternura,
A beleza desenha a arquitetura,
Onde a vida floresce sem ter fim.

O teu rosto fulgura um querubim
Sobre o palco da música mais pura;
Cada gesto revela uma candura
Com levezas do toque do clarim

Entre as flores, é deusa da beleza,
Sempre vejo fluir a natureza
Quando expressa encantos naturais.

A cantiga da voz do coração,
Do teu peito, revela uma expressão,
Igualmente a sonata dos pardais.