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quarta-feira, 2 de dezembro de 2009


PRESENÇA DO PERFUME

Quando a mão com sutil delicadeza
Solta pingos de água num jardim
Cada pétala se abre dum jasmim
Num sorriso com dúlcida pureza.
Uma essência se exala com leveza
Dando beijos na mão com seu olor
Perfumando com plácido fulgor
Numa oferta divina do seu lume
"Sempre fica a presença do perfume
Entre os dedos da mão que rega a flor".

Cada dedo oferece os orvalhos
Derramados do céu da sua mão
E a flor faz surgir do coração
O presente divino dos seus galhos.
Colibris fazem vôos com atalhos
Numa pressa coberta de temor
Como lindos parceiros do amor
Beijam flores morrendo de ciúme
"Sempre fica a presença do perfume
Entre os dedos da mão que rega a flor".

A presença dos pingos cristalinos
Derramados da mão como presente
Faz a flor se abrir toda contente
Igualmente o sorriso dos meninos.
Do seu corpo surgem olores finos
Com mil beijos dum grande sedutor
Infiltrando-se nos dedos com ardor
Sem ouvir beija-flores com queixume
"Sempre fica a presença do perfume
Entre os dedos da mão que rega a flor".

Eu comparo a grandeza da verdade
Praticada através da ação humana
Quando a mão da virtude soberana
Joga os pingos divinos da bondade.
Sobre o campo da vida o amor invade
Com essências tocando o regador
Perfumando o seu gesto doador,
Onde Deus no seu peito logo assume
"Sempre fica a presença do perfume
Entre os dedos da mão que rega a flor".

Ps: Mote do poeta Xico Borges


2 comentários:

  1. Nas mãos de Gilmar Leite
    Um mote falando de flor,
    É deveras um deleite
    pois ele é bom glosador.
    Cheguei a sentir o cheiro,
    Aqui no Rio de Janeiro,
    do poema deste autor.

    Um abraço,
    Dalinha Catunda

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  2. Vixe, fiquei toda acanhada para deixar meu comentário, depois do de Dalinha. Adorei, ficou lindo!!!
    E, é exatemente assim que acontece com as poesias de Gilmar...Elas tocam, abraçam, exalam perfumes, entoam sentires e elevam emoções, transpassando qualquer distância!
    Viver esse universo poético é um presente divinal...E o mais maravilhoso é saber que ele não tem barreiras e encontra almas e corações leves e sensíveis como o de Dalinha!!
    Parabéns Poeta, por sua obra, pelo seu ser poeta e homem liberto ao mundo da sensibilidade humana e da natureza sutil do divino.
    Beijos poéticos,
    Rachel Rabelo.

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