Ser tão Sertão
No meu peito, palpita um ser sertão,
De invernadas ou secas causticantes,
Mostra os campos sutis e fulgurantes
E desertos que causam assombração.
Nele pulsa o crepúsculo dum verão,
Ou os fulgores das horas matinais;
Mostra os vales nos tempos invernais,
E revela os cenários de dois mundos,
Onde vivem os dois seres profundos,
Que têm secas ou grandes temporais.
No meu ser, o sertão vive presente,
Através dos costumes do seu povo,
Que resiste ao banal chamado novo
Parecendo um umbuzeiro imponente.
Nele pulsa as violas do repente
Através do improviso num arpejo;
Igualmente um relâmpago em lampejo
Numa chuva de versos que me acalma,
No profundo oculto da minha alma
Onde vive um campônio sertanejo.
No sertão da minha alma resplandece
A florada de um pé de umbuzeiro;
As sementes sutis do marmeleiro
Que a rolinha se alimenta como prece.
O meu ser tão sertão nunca fenece
Os jardins encantados da esperança;
Nele existe a certeza da bonança
Dum roçado com verdes pés de milho,
Onde o pai tem certeza que seu filho
Não irá mais sofrer desesperança.
Quem caminha na trilha do meu ser
Nela encontra o xaxado e o baião,
Na sanfona e na voz de Gonzagão
Onde o canto é a forma de viver.
Um vaqueiro abóia com prazer
No oculto curral da existência,
De um ser sertanejo por essência
Que carrega no peito a sua terra
Desde o vale, a caatinga e a serra,
Dando passos fieis da consciência.
Cheroso, a cada nova postagem seu blog resplandece a força da poesia...O cheiro do sertão descrito por suas mãos suaves...O encanto do SER e ser sertanejo de histórias e passagens enriquecedoras...O som melodioso do entardecer e da aurora que desponta nos arvoredos dos recantos pajeusenses...A luminosidade da lua e do sol que tocam a pele deste povo nobre! Passear por seu recanto é degustar do mais fino prato da poeticidade e beber o mais doce líquido da sabedoria.
ResponderExcluirBeijos poéticos
Rachel Rabelo
Quanto mais eu ando mais vejo estradas...
ResponderExcluirMuito bom, primo véi, tá inspirado demais.
Rui Sousa
Caruaru