Menestrel do Sertão
À Elomar Figueira
Mello
Cantador,
menestrel, voz do sertão!
Os
teus cantos têm bodes e ovelhas;
As
estórias do povo são centelhas
Nos
acordes que vêm do coração.
Os
teus versos demonstram a louvação
À
grandeza do Deus onipotente;
Cada
canto revela a humilde gente
Que
labuta na terra ressequida,
Na
procura de ter o pão da vida
Revelado
na força da semente.
As
cantigas são quadros da memória
Que
escutou desde o tempo de criança
Mesmo
triste, revelam uma esperança,
Do
sertão alcançando a sua glória.
Um
cronista que faz do verso história,
Grande
bardo da aldeia sertaneja;
Teu
eterno cantar é uma peleja
Como
herança dos vates do repente;
Cada
verso revela a cor da gente,
Duma
terra voraz que o sol dardeja.
A
caatinga é o tema para o teu canto
Um
lugar onde a vida é persistente,
Que
convive na seca ou na enchente
Sem
revolta, nem mesmo o desencanto.
No
lirismo, o sertão é um acalanto,
Que
repousa na rede dos afetos
Onde
a vida é feliz nos simples tetos
No
balanço dos éticos valores,
Que
resiste, vencendo os dissabores,
Do
modismo, com pérfidos projetos.
Cantador,
teu verso tem as cores,
Da
caatinga, da terra e do teu povo,
Toda
vez que eu escuto me comovo
A
minha alma repousa em belas flores.
O
teu canto possui leves sabores
Encontrados
nas frutas do sertão;
Os
acordes que vêm do violão
São
gemidos da terra desolada,
Ou
cantigas do solo na invernada
Explodindo
nos tons de uma canção.
Gilmar Leite
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