Pesquisar Este Blog

segunda-feira, 25 de março de 2013



          Fantasma da Seca


Um deserto com terra ressequida
Velhos troncos de galhos ressecados;
Animais padecendo nos roçados
Onde o verde partiu sem despedida.
A tragédia da fome faz a vida
Dissolve-se nas sombras da matéria;
O sertão emurchece a sua artéria
E revela o mais triste dos cinemas;
O fantasma da seca mostra cenas
Sobre a tela tristonha da miséria.
 
Sobre os vales a morte faz morada
Assombrando quem luta contra a fome;
A fagulha da esperança se some
Entre os ramos da planta ressecada.
Uma vaca caminha desolada
Revelando uma imagem muito séria;
O sertão, diferente da Sibéria,
Mostra o sol do verão com duras penas;
O fantasma da seca mostra cenas
Sobre a tela tristonha da miséria.
 
O campônio só vê desolação,
E padece, olhando o pouco gado,
Relutando no mundo descampado
Pelo sol escaldante do verão.
A tristeza se apossa do sertão
Onde a seca se revela bactéria,
Que corrói qualquer tipo de matéria
Devorando esperanças pequenas;
O fantasma da seca mostra cenas
Sobre a tela tristonha da miséria.
 
O sutil colibri, sempre vexado,
Busca em vão encontrar alguma flor;
Só percebe a tristeza e o dissabor
Balançando no galho desfolhado.
O tristonho concriz no seu trinado
Sente a vida na forma deletéria,
Pois a chuva entrou na longa féria
Dando adeus as mais lindas açucenas;
O fantasma da seca mostra cenas
Sobre a tela tristonha da miséria.

4 comentários:

  1. Olá Gilmar!
    Passei para conhecer seu blog ele é notº 10, muito maneiro com excelente conteúdo gostaria de lhe dar os parabéns pelo seu blog e desejar muito sucesso e que DEUS ilumine seus caminhos e de seus familiares
    Um grande abraço e tudo de bom

    ResponderExcluir
  2. Obrigado Rodrigo pelas palavras gentis e pela visita ao meu singelos espaço de sutileza e sensibilidade.
    Abraços
    Gilmar Leite

    ResponderExcluir
  3. Meu querido Gilmar Leite, foi ouvindo-te recitar, que conheci os maravilhosos versos de Chico Pedroza, me apaixonei, e tomei a liberdade de coloca-los num trabalho em cd, cujo tìtulo,em homenagem ao meu amigo Carlos Linhares, é UM BALÁIO DE COISA BÔA, onde coloquei poemas de vários gênios da poesia nordestina, como; Antonio Francisco, Jessiê Quirino (esses devidamente autorizados), de Zé da Luz e Renato Caldas em memória, gostaria de pedir sua permissão para Recitar e futuramente colocar em um outro trabalho, esse poema maravilhoso que acabas de postar.
    Garanto que Darei os devidos Créditos.
    Um abraço.
    Almir campos

    ResponderExcluir
  4. meu email: almircampos.fernandes@bol.com.br

    ResponderExcluir

Obrigado pelo comentário