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terça-feira, 29 de junho de 2010

              Um Ser de Flor

                                   À Anaflor Leite...Um sonho possível

Eu sonhei no jardim do paraíso
Onde flora a beleza da existência,
Vi a flor exalando a pura essência
Sobre a forma divina dum sorriso.
Dum pequeno botão lindo e preciso
Eclodia um Ser de singeleza,
Era Deus revelando a natureza
Duma flor perfumada de esperança,
Onde as pétalas sutis do Ser criança
Encantava a minha alma de beleza.

Eu fiquei contemplando o Ser divino
Exalando seu mundo de inocência
Os orvalhos cristais da transparência
Cintilavam no rosto pequenino.
O seu jeito delicado e cristalino
Expressava da vida a flor ternura,
Cada planta se curvava com brandura
Ofertando respeito e reverência,
Onde os galhos sutis da consciência
Tinham Deus na divina criatura.

Até mesmo o uirapuru cantador
Seresteiro que cala os outros cantos
Sobre o galho calou-se com encantos
E ficou contemplando o Ser de flor.
Na floresta formou-se um esplendor
Ao redor da divina criação.
A cascata parou sua canção
E ficou sobre a rocha enternecida,
Vendo a flor ofertando a luz da vida
Através dum divino coração.

Um sutil vaga-lume reluzente
Ofertava os fulgores à criança;
Do meu peito brotava a esperança
Me deixando feliz e mais contente.
Compreendi a grandeza da semente
Quando brota e depois revela a flor.
Vi que a vida se mostra com amor
Entre os ramos floridos da pureza,
Da criança exalando sutileza...
Uma aurora espargindo seu fulgor.

quinta-feira, 17 de junho de 2010


Após ter escutado os dois primeiros cds e o dvd da entrevista/cantante do "uirapuru" do Amazonas, o grande amigo Antonio Pereira, relembrei quando estive na Amazônia (Roraima) e dormi em plena selva, sendo acordado na madrugada, vendo os primeiros raios do sol entrando pelas brechas das árvores gigantes, formando um lindo leque numa aurora de cores reluzentes, embalada pelos cantos das aves amazonenses. Isso tudo, levou-me também à minha aldeia no Pajeú das Flores; na minha época de menino entre as árvores da caatinga, vendo outra tipo de fauna e de flora, com sua beleza singular e seu madrigal encantador. Esses momentos entraram no meu sensível e acenderam a tocha da inspiração, fazendo eu escrever os dois sonetos abaixo.

             Lirismo Bucólico


Nos cristais reluzentes dos orvalhos...
E nas pétalas da flor sofisticada,
Borboletas da cor mais delicada
Trocam beijos, depois pousam nos galhos.

Entre as sombras dos plácidos carvalhos
Um sutil colibri de cor dourada,
Guarda essência pra linda namorada
E as asas sutis como agasalhos.

Uma abelha dourada no vergel
Busca as flores que têm o puro mel
Pra ofertar ao parceiro com ternura.

Nesse mundo encantado de lirismo
Cada ser da natura é o romantismo,
Onde Deus se revela criatura.




        Madrigal de Comunhão


Sob as cores fantásticas da aurora
Vejo o sol desenhando seus fulgores
E os dourados pequenos beija-flores
Dando vôos delicados sob a flora.

Minha vida desperta sem demora
Exalando do peito meus primores,
Ofertando nos versos esplendores
Como o brilho do sol por trás da amora.

Encantado com o brilho da manhã
A minha alma é tocada pela lã
Das gotículas da chuva orvalhada.

Num delírio de cores sem ter fim
Sinto um mundo floral dentro de mim
Sob os beijos da aurora revelada.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Depois de uma tarde tranquila, após a leitura de três capitulos do livro "A natureza" do filósofo Merleau-Ponty, de ouvir o cd "Blader Runner" de Vangelis, das lindas canções e temas instrumentais de  Marcus Viana e dos poemas Árabes declamados na voz doce de Letícia Sabatela, a inspiração veio de mansinho, como um dourado colibri, tocou a flor do meu ser sensível de forma leve e carinhosa e fez-me fazer o singelo poema logo abaixo.

            Jardim Onírico

Uma flor delicada e sorridente
Ofertou o seu perfume ocultado
Com um cheiro sutil, sofisticado,
Refulgindo o fulgor aurifulgente.
Eu fiquei num estado envolvente
Pela essência da planta pequenina,
Ofertando a gotícula cristalina
Sobre a forma sublime do perfume
Onde a vida com brilho logo assume
Seu formato na tela mais divina.

Eu deitei meu sensível coração
Sobre as pétalas fantásticas da flor
E senti no meu peito o puro amor
Entoando uma plácida canção.
Sobre o cálice ouvi uma oração
Escorrendo gotículas de orvalhos;
Vi Jesus solfejando entre os galhos
Uma música com pingos de humildade,
Escorrendo correntes de bondade
Irrigando de amor belos carvalhos.

Abracei com ternura a linda flor
Ofertando o meu peito de presente
Vendo a vida brotando da semente
Entre as brechas do riso multicor.
Eu brinquei com menino encantador
No jardim delicado da existência,
Onde a flor da divina consciência
Abre as pétalas durante as auroras,
E derrama perfumes sem demoras
Onde a vida se mostra com fluência.

Como um dócil e pequeno cuitelinho
Dei mil beijos nas pétalas da flor
E senti no meu peito o seu sabor
Envolvendo minh'alma de mansinho.
Sobre o cálice da flor eu fiz um ninho
Tendo as plumas dum lindo beija-flor;
Tive os braços sedosos do amor
Numa noite de sonhos reluzentes
Vendo Deus nos beijos envolventes
Clareando o meu peito sonhador.

domingo, 13 de junho de 2010

Ps: Hoje, logo cedinho, deitado em meu quarto, ouvindo o cd novo (2010) de Amaury Falabella, o qual tem a participação do amigo/irmão Antonio Pereira, senti uma brisa suave entrar pela janela, acompanhada do canto de um bem-te-vi madrigal. Tomado pela música e pelo ambiente, lembrei-me da minha infância e da minha mãe, daí a verve catucou meu peito e saiu o soneto logo abaixo.

               Recordação

Hoje cedo uma brisa carinhosa
Deu-me um beijo de forma bem singela,
Eu lembrei-me mamãe plácida e bela
Me acordando na flor da minha aurora.

Recordei-me da sua voz canora
Pela música que vinha da janela,
Era um bem-te-vi de cor amarela
Parecendo mamãe, tão maviosa.

Eu fiquei repousando no meu canto,
Relembrando no peito o acalanto
Que mamãe entoava pra eu dormir.

E envolvido na aurora do passado
O meu peito mergulha extasiado,
No pretérito, fugindo do porvir.