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quinta-feira, 31 de maio de 2012


                    Desprendimento

                              Soneto em parceria dedicado a Linda Passos

Como vim para o mundo ser ter nada!
Também não levo nada após a vida;
Trouxe apenas minh’alma enternecida,
Deixo aqui, algum verso em revoada! *

Não me vale a nobreza inventada!
Vim pra terra descalça e bem despida;
Nenhum bem vou levar na minha ida,
Fica a arte na voz, por mim cantada. **

Deixo o amor, a justiça e a bondade!
Levo apenas os lírios da vaidade,
Dos meus versos falando da criança. *

Ficarão os meus atos de humildade!
Vão comigo os fulgores da verdade,
Construídos com luzes da aliança. **


                                      *Gilmar Leite
                                   **Rachel Rabelo

sexta-feira, 25 de maio de 2012



            Sonho Beija-Flor

Um dourado e pequeno beija-flor
Acordou-me beijando o coração,
Minha flor despertou de comoção
Sobre a forma sensível do amor.

O meu peito sentiu o esplendor,
Do sutil colibri da doação,
Dando beijos na flor da paixão
Que meu sonho sentiu todo o sabor.

Eu senti o beijar do cuitelinho
No sensível tocar bem de mansinho
Penetrando no cálice do meu peito.


Os orvalhos do bico pequenino
Escorreram com toque cristalino
Sobre a flor do sonho bem perfeito.

quarta-feira, 23 de maio de 2012


         Lembranças Sensuais

A lembrança dos toques mais sutis,
A saudade do afago levemente,
Os orvalhos do beijo transparente
Com levezas dos lindos colibris.

A memória dos dedos reluzentes
Escorrendo no corpo com leveza,
Um olhar demonstrando sutileza
Desejando carinhos envolventes.

As entregas dos corpos desejados,
Os prazeres de mundos encantados,
Explodindo na carne sensual.

A partilha de abraços comoventes,
Envolvidos de corações contentes
Numa entrega de forma natural.

           Bêbado de Poesia

Sempre eu bebo poesia todo dia,
Sou alcoólatra na taça da emoção,
Que perdido no mundo da razão
Eu me encontro no canto da magia.

Cada gole que dou com maestria
Sinto o verso surgir do coração,
Aumentando no peito a sensação
Com efeitos que minh’alma extasia.

Eu vivo ébrio no sol da lucidez!
A poesia revela a embriaguez
Que me rouba o fulgor da consciência.

Cada verso me deixa intoxicado
Ofertando o meu peito delicado
Sobre as plumas da doce existência.

terça-feira, 22 de maio de 2012


         Canto de Ternuras

                              À malunga/cantadeira Mônica Albuquerque

Sinto o peito pulsando mil cantigas
Dos concrizes cantando em serenatas
Os orvalhos descendo em cascatas
Dando beijos nas flores mais amigas.
Sinto as vozes das músicas antigas
Renovando o meu peito cantador
Cada tom com ternuras duma flor
Transformado num plácido acalanto
Onde o riso ofusca a dor pranto
Ofertando uma orquídea de amor.

Sinto a vida brilhando nos meus dedos
Nas canções do meu tempo de criança
Quando o sol fulgurava uma esperança
Na ternura dos dúlcidos brinquedos.
Hoje o canto demonstra meus segredos
Quando o peito se faz em cantorias
São as minhas serenas alegrias
Dedilhadas nos tons da liberdade
Revelando minh’alma com verdade
Como o sol quando surge com magias.

sábado, 19 de maio de 2012



        Consciência de Condores

Sinto a vida como os grandes condores
Dando vôos, desfrutando a liberdade,
Renovando os pilares da verdade
Pra na vida sentir outros amores.

Afastando as tempestades das dores
Já não sinto as lâminas da saudade,
No meu peito uma alegria me invade
Como a rosa sentidos os beija-flores.

O passado coberto de tumultos
Se perdeu no ocaso de alguns vultos
Pra surgir uma aurora na existência.

Hoje eu tenho certeza do que fiz!
Para mim importante é ser feliz
Quando a vida se faz da consciência.

sábado, 12 de maio de 2012

Com meu irmão Roberto Leite, minha mãe Rita Leite e Lucinea (cunhada)


          Recíprocos Presentes

De mamãe, eu queria um presente,
Era tê-la de novo em minha vida,
Receber a sua alma enternecida
Pra deixar o viver sempre contente.

Eu queria vivê-la novamente
E chamá-la de novo de querida,
Ofertar a mais bela margarida
Vê seu peito se abrir como a semente.

Os meus braços seriam cobertores!
Jogaria no seu corpo lindas flores
E deitava no colo o coração.

Eu faria os afagos com mil beijos,
E teria dos lábios os lampejos
Me tocando com doce comoção.

          Saudade Materna

Que saudade da minha mãe sorrindo,
Mostrando a aurora viva do seu rosto,
Como o claro luar do mês de agosto
E os fulgores da linda flor se abrindo.

A saudade me faz ficar sentindo
O viver de mamãe sempre disposto,
Pois a vida jamais foi um sol posto
Era um mundo feliz sempre se abrindo.

A ternura, leveza e mansidão,
Eram a rosa feliz do coração
Ofertando a bondade de presente.

A saudade constante do seu riso
Deixa o peito batendo mais preciso
Sendo a luz da lembrança que a alma sente.

sexta-feira, 11 de maio de 2012



           Ânsias de um Poeta

                                                        À Petrucia Nóbrega

Meia-noite acordo, numa ânsia imensa,
Meu coração palpita desvairado;
Sinto o cérebro todo iluminado
E a sensação que deixa alma suspensa.

O voraz lobo da poesia intensa
Deixa todo o meu corpo extasiado,
Lambendo a pele do meu peito alado
Cravando os dentes da sensação densa.

Desvairado, meu peito sente um susto!
Surgem mil versos sobre meu arbusto,
Arrancando os galhos da consciência.

Dilacerado, como uma frágil presa,
Sinto a poesia pulsando a natureza,
Rasgando a carne da minha existência.

domingo, 6 de maio de 2012



                         Meu Canto

                                Ao poeta/cantador Vital Fárias 

Eu canto. Canto com a voz que a alma sente!
Canto a tristeza da vida sofrida,
Onde as lágrimas de um viver descrente
Ressecam o peito, abrindo uma ferida.

Também canto a grandeza da semente
Quando germina, formando uma vida,
Canto o feliz amor, sempre crescente,
Como a criança de alma enternecida.

Canto. Porque cantando, me alimento!
Faço nascer à flor do sentimento,
Entre os rochedos de um mundo tão árido.

Nessa mistura de pranto e sorriso
Eu sinto o peito cada vez mais ávido,
Para cantar o meu canto tão preciso.

terça-feira, 1 de maio de 2012



                Jardim de Poesia

Sinto as flores no campo do sensível
Exalando as essências da poesia,
Onde o néctar da vida me extasia
Nos botões do meu ser perceptível.

Colibri do sentir mais que visível
Beija os versos com lírica magia,
Carregando no bico a fantasia
Numa dança de sonho imprevisível.

Sinto o ósculo na pele do meu verso
Suavizando o poético universo,
Com acordes dos cantos madrigais.

Borboletas dos versos cristalinos
Fazem pousos com toques pequeninos
Despertando os meus sonhos matinais.