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sábado, 31 de agosto de 2013

Praia do Bessa, João Pessoa, PB (Foto de Gilmar Leite)
  EU E O MAR
Como todo sertanejo, tenho paixão pelas águas. Os orvalhos cristalinos fazendo lagoas no cálice das flores; os córregos cristalinos borbulhando no coração da caatinga; as enchentes do Pajeú das Flores (Rio da minha Aldeia); tudo isso, acaricia minha alma e embevece meu espírito. Deslocado do sertão, à beira do mar, fico extasiado diante da imponência e inquietude do mar. Hoje, pela manhã, caminhando nas areias da praia do Bessa, João Pessoa, fiquei meditando e envolvido com os movimentos da águas e o bailar das ondas. Diante disso, vai um singelo galope à Beira do Mar.
                 Na Beira do Mar
Dei beijos na brisa do mar cristalino
Toquei no profundo das águas latentes
Senti as sereias com cantos dolentes
Perdidas nas ondas, chorando o destino.
Vi o brilho fulgente do meigo menino
Catando conchinhas num doce buscar
As ondas surgiam num lindo bailar
Deixando as espumas nas alvas areias
Banhando de branco fidalgas sereias
Sorrindo e cantando na beira do mar.

Na beira do mar vi ostrinhas pequenas
Sutis borboletas com asas de sedas
Beijar o veludo das ondas mais quedas
Trocando caricias nas águas serenas.
O mar demonstrava mil cores amenas
Pintando o horizonte com tons de encantar
O nauta veloz, como um deus do lugar,
Saltava no barco, partia ligeiro,
Sentado no banco do velho veleiro
Olhava os amores na beira do mar.

Crustáceos pequenos saltavam felizes
Em bandos brincavam na beira da praia
Espumas bordadas da cor de cambraia
Mostravam do mar belíssimos matizes
As ondas surgiam em leves deslizes
Tocando nos corpos num doce beijar
Pequenas gaivotas no céu a voar
Num lindo balé enfeitavam o espaço
Pintando de branco, fazendo seu traço,
Deixando mais plácido a beira do mar.
                                                   
                                                Gilmar Leite

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Lua Cheia Sob o Céu de João Pessoa (Fotografia de Gilmar Leite)
 
            Deusa dos Amantes
 
Tu és mulher dos poetas sonhadores
Que seduz os corações amantes;
Tens o brilho dos lindos diamantes
E morada encantada dos amores.
 
O teu corpo libera os esplendores
Transformados em versos radiantes,
Ofertando os reflexos fulgurantes
Com plumagem de plácidos condores.
 
Os teus beijos de cor amarelada,
Tem afetos do sol da madrugada,
Teu parceiro de auroras e ocasos.
 
Tu és formosa, sublime, meiga e santa,
A beleza do teu sorriso é tanta,
Que os olhos em lágrimas ficam rasos.
 
                                           Gilmar Leite

segunda-feira, 5 de agosto de 2013


Minha saudosa mãe Rita Leite



               Materna Lembrança
 
Mergulhei sobre o lírio da lembrança
De mamãe exalando a flor do riso
Vi na pétala do rosto um paraíso
Perfumando minha alma de criança.
No seu cálice brotava a esperança
Onde a sépala da flor da inocência
Protegia o meu grão de existência
Num jardim colorido, bem risonho,
Onde o pólen da vida mostra o sonho
Germinando o fulgor da consciência.
 
Tomei banhos nos pingos dos orvalhos
Que mamãe derramava do seu rosto
 Parecia o luar do mês de agosto
Com reflexos nas flores dos carvalhos.
Suas mãos para mim eram os galhos
Estendidos, fazendo mil carinhos,
E mostrando nos campos os caminhos
Onde a vida se faz com liberdade
Entre as plumas sedosas da verdade
Como as aves guardando os seus ninhos.
 
Sobre o bosque materno dei mil passos
Vendo a flor de mamãe em cada planta
Sua essência mostrava uma santa
Perfumando meu ser com mil abraços.
Os seus braços pra mim foram os laços
Confortando o meu corpo inocente;
Do seu peito brotava uma semente
Sobre a forma singela do amor
Perfumando minha alma com fulgor
Me mostrando uma luz para ser gente.
 
Lindos sonhos trazidos da lembrança
Hoje os tenho guardados sob a mente
De mamãe que se faz sempre presente
Ofertando o seu riso numa dança.
O seu mundo, eu tenho como herança,
Que me guia no bosque da bondade,
Sua luz de amor sempre me invade
Clareando os recantos do meu peito
Onde o sol do seu riso é um enfeito
Que me cobre com luzes da verdade.