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terça-feira, 26 de janeiro de 2010





Infância Bucólica

No meu tempo de criança
Eu pastorava as ovelhas
Sentia doce centelhas
Numa aurora de esperança
Era um tempo de bonança
Sobre o rio da fanasia
Onde as águas da magia
Com brilhos de inocência
Fecundava a consciência
Dando beijos de poesia.

Corria nos campos vagos
No meu cavalo-de-pau
Não sabia o que era o mau
Os ventos eram os afagos
Mergulhava em doce lagos
Adorava  as pescarias
Contemplava as calmarias
Numa tarde de arrebol
Vendo falecer o sol
Nas auroras do meus dias.

Subia nas goiabeiras
Buscando frutas maduras
Num tempos de aventuras
Cobertas  de brincadeiras
Para mim as ribanceiras
Era um mundo encantado
Que eu cruzava lado a lado
Pra desvendar os segredos
Andando sobre os lajedos
Ou cruzando o rio a nado.

Era um mundo de pureza
Ao redor dos passarinhos
Sentindo ternos carinhos
Dos beijos da natureza
No peito tinha a certeza
Da vida sem o rancores
Onde sonhos beija-flores
Beijavam com afeição
As pétalas do coração
Sugando puros amores.

sábado, 23 de janeiro de 2010



CAMINHANTE

 Eu caminho nas rochas e nas flores!
Sou um ser de acertos e defeitos;
Tenho em mim alguns velhos preconceitos;
Sou a noite e também os esplendores.

Busco o centro mostrando alguns valores
Que residem nas grutas do meu peito;
Muito sei que não sou um ser perfeito,
E nas noites, procuro os meus fulgores.

Sobre a lâmina da vida eu caminho
Entre as rosas e o mórbidos espinhos,
Vez enquanto caindo para os lados.

Só não paro na estática do nada!
Nas recuo nas estrada bem curvada,
Sigo em frente com meus sonhos alados

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Ser tão Sertão

No meu peito, palpita um ser sertão,
De invernadas ou secas causticantes,
Mostra os campos sutis e fulgurantes
E desertos que causam assombração.
Nele pulsa o crepúsculo dum verão,
Ou os fulgores das horas matinais;
Mostra os vales nos tempos invernais,
E revela os cenários de dois mundos,
Onde vivem os dois seres profundos,
Que têm secas ou grandes temporais.

No meu ser, o sertão vive presente,
Através dos costumes do seu povo,
Que resiste ao banal chamado novo
Parecendo um umbuzeiro imponente.
Nele pulsa as violas do repente
Através do improviso num arpejo;
Igualmente um relâmpago em lampejo
Numa chuva de versos que me acalma,
No profundo oculto da minha alma
Onde vive um campônio sertanejo.

No sertão da minha alma resplandece
A florada de um pé de umbuzeiro;
As sementes sutis do marmeleiro
Que a rolinha se alimenta como prece.
O meu ser tão sertão nunca fenece
Os jardins encantados da esperança;
Nele existe a certeza da bonança
Dum roçado com verdes pés de milho,
Onde o pai tem certeza que seu filho
Não irá mais sofrer desesperança.

Quem caminha na trilha do meu ser
Nela encontra o xaxado e o baião,
Na sanfona e na voz de Gonzagão
Onde o canto é a forma de viver.
Um vaqueiro abóia com prazer
No oculto curral da existência,
De um ser sertanejo por essência
Que carrega no peito a sua terra
Desde o vale, a caatinga e a serra,
Dando passos fieis da consciência.