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quinta-feira, 28 de junho de 2012

O Brasil perdeu na terça-feira (26/0602012) um dos seus maiores artistas na área musical. Esse Ser de Flores durante toda sua vida cantou o Brasil de forma profunda. Quando não existia a palavra ecologia, o cantador da mata atlântica já alertava para as questões ambientais e a preservação das nossas florestas. A criança também foi sua tônica poética/musical, mostrando através da arte o mundo infantil,  com seus encantos e fantasias. O multinstrumentista foi um pesquisador dos cantos do "Divino Espírito Santos", os quais são enfatizados nas festas de fulias e celebrações religiosas do Brasil interior. Enfim, "O Anjo da Terra" Dércio Marques vestiu as cores verdadeiras da arte musical do Brasil. Com certeza o anjo de flores Dércio Marques deve está cantando para os querubins no espaço celestial, encantando anjos e santos através da sua voz belíssima e seu tocar delicado.

           Um Ser de Flor

                                          À Dércio Marques

Caminhei no jardim do paraíso
Onde flora a beleza da existência,
Vi a flor exalando a pura essência
Sobre a forma divina dum sorriso.
Dum pequeno botão lindo e preciso
Eclodia um Ser de singeleza,
Era Deus revelando a natureza
Duma flor perfumada de esperança,
Onde as pétalas sutis do Ser criança
Encantava a minha alma de beleza.

Eu fiquei contemplando o Ser divino
Exalando seu mundo de inocência
Os orvalhos cristais da transparência
Cintilavam no rosto pequenino.
O seu jeito delicado e cristalino
Expressava da vida a flor ternura,
Cada planta se curvava com brandura
Ofertando respeito e reverência,
Onde os galhos sutis da consciência
Tinham Deus na divina criatura.

Até mesmo o uirapuru cantador
Seresteiro que cala os outros cantos
Sobre o galho calou-se com encantos
E ficou contemplando o Ser de flor.
Na floresta formou-se um esplendor
Ao redor da divina criação.
A cascata parou sua canção
E ficou sobre a rocha enternecida,
Vendo a flor ofertando a luz da vida
Através dum divino coração.

Um sutil vaga-lume reluzente
Ofertava os fulgores à criança;
Do meu peito brotava a esperança
Me deixando feliz e mais contente.
Compreendi a grandeza da semente
Quando brota e depois revela a flor.
Vi que a vida se mostra com amor
Entre os ramos floridos da pureza,
Da criança exalando sutileza...
Uma aurora espargindo seu fulgor.

terça-feira, 19 de junho de 2012



              Crepúsculo Sertanejo

Quando a tarde desmaia no sertão
Todo o céu se desenha ensanguentado,
Cada galho do arbusto despelado
Faz lembrar o romeiro em procissão.

O inhambu solta a voz numa canção
Que o vivente estremece arrepiado,
Uma velha com rosto bem fechado
Ergue os braços, fazendo uma oração.

A asa-branca dolente solta um canto!
O ocaso vermelho mostra o manto
Sobre a copa da mata ressequida.

O sertão fica mais meditativo
Quando o sol se desmancha lenitivo,
Pondo sombras no coração da vida.

domingo, 17 de junho de 2012



               Momentos Líricos

                         Autoria: Gilmar Leite e Rachel Rabelo

Deitei-me na praia dos líricos beijos
Sentindo os afagos da mão carinhosa;
A brisa macia da boca formosa
Tocava meu corpo com leves desejos.
Os dedos faziam serenos gracejos...
As ondas marinhas na pele a tocar,
Trazendo segredos num doce bailar
Mostravam delírios dos sonhos amantes
Dançando na bruma dos beijos vibrantes
Trocando carícias na beira do mar.

Deixei os vestígios de belos momentos
Nas alvas areias do corpo encantado
O sol desenhava um delírio dourado
Na praia sublime dos meus sentimentos
No céu dos prazeres sopravam mil ventos
Erguendo meus lábios num meigo dançar
Os peixes sedentos vieram olhar
As cenas amantes de livres amores
O quadro divino de vários fulgores
Mostrando desejos na beira do mar.

Nas nuvens, desenhos, faziam folias,
Imagens dos corpos deitados na praia,
A branca menina da tez de cambraia
Sereia divina mostrava alegrias
Instantes repletos de doces magias
Fazendo um galope do peito saltar
Na rima perfeita se fez declamar
Amores cristais dos sentires profundos
Unindo a grandeza de líricos mundos
Cobrindo de amores a beira do mar.

terça-feira, 5 de junho de 2012



                      Saudade do Mar

Saudade do mar afagando meu peito
Deixando gotículas das águas divinas,
Sorriso sutil das conchinhas grã-finas
Nas brancas areias fazendo trejeitos.
Coqueiros gigantes mostrando efeitos
Dos ventos velozes beijando a tocar;
As palhas dançando no lindo bailar
Mostrando seu corpo faceiro elegante;
O sol majestoso num toque vibrante
Mostrava reflexos na beira do mar.

Eu fico lembrando as águas mansinhas
Tocando meus pés com carinho maneiro;
A brisa beijando um lendário coqueiro
Espumas surgindo de cores branquinhas.
Peixinhos saltando nas águas marinhas,
Crustáceos correndo num doce brincar,
Barqueiros buscando no mar navegar
Enfrentando a ira das grandes procelas,
São cenas vibrantes das cores mais belas
Trazendo a saudade pra beira do mar.

Saudade das tardes de cores sangrentas
Mostrando o crepúsculo na crista das ondas,
Gaivotas velozes fazendo mil rondas
Pousando nas dunas, ficando atentas.
Lembranças das ondas brutais barulhentas
Mostrando o furor do oceano a jorrar,
Rochedos gigantes ficando a tombar,
Castelos de areias levado nas águas,
O velho barqueiro vertendo mil mágoas
Cantando a saudade na beira do mar.

Minha alma lateja de muita saudade
Da linda manhã contemplando o oceano,
Olhando os poderes do mar soberano
Sentindo meu peito pulsar de verdade.
Instantes sublimes meu corpo invade
Tocando a lembrança que vive a dançar;
Desenhos nos sonhos, eu busco pintar,
Mostrando meu mundo de pura magia
Com toques de cantos, com doce poesia,
Sentida e cantada na beira do mar.