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segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Foto de Rachel Rabelo



          Perfume das Flores

Sobre a seda das flores delicadas
Resplandecem perfumes mais sutis,
Onde pousam pequenos colibris
Procurando poucinhas orvalhadas.
Borboletas com as asas prateadas
Dão mil beijos na flor com esperança;
O concriz sobre o galho se balança
Envolvido com plácidos olores;
O perfume do cálice das flores
Tem essência do riso da criança.

As abelhas em bandos peregrinos,
Seduzidas, procuram a flor mais fina,
Sobre a pétala a gotinha cristalina
Tem pureza do riso dos meninos.
Entre as folhas os córregos divinos,
Cintilantes, se mexem numa dança,
O xexéu ergue o peito com pujança
Seduzido com o cheiro dos verdores,
O perfume do cálice das flores
Tem essência do riso da criança.

Lindas flores evola o seu perfume
Expressando o orvalho cintilante,
Sobre o corpo da pétala elegante
Sempre pousa um pequeno vaga-lume.
As estrelas no céu como um cardume
De peixinhos, revela linda dança,
Cada cena demonstra uma aliança
Da natura vertendo os esplendores,
O perfume do cálice das flores
Tem essência do riso da criança.

Basta andar nas veredas do jardim
Pra sentir o perfume que há na flor,
Penetrando no peito com fulgor
Envolvendo o sensível no festim.
Cada cena parece não ter fim
Da natura movente que não cansa
A beleza da flor é como a trança
Do reflexo do sol com mil fulgores,
O perfume do cálice das flores
Tem essência do riso da criança.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012


                            Cantiga

A cantiga que no meu peito aterra
Tem o cheiro do campo, cor das flores,
Os acordes dos mestres cantadores
As sementes que germinam da terra.

Desde o vale, campina até a serra,
O meu tom se mistura com os verdores,
Onde o canto revela os esplendores
Abafando a tristeza que se encerra.

No roçado vibrante da cantiga
Sempre planto a semente mais amiga
Pra florir meu roçado coração.

Entre as cordas vibrantes da viola
O perfume da minha alma se evola
Revelando a cantiga do sertão.