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quinta-feira, 2 de dezembro de 2010


A imagem acima é da capa (feita por Galvão Filho) da minha Dissertação de Mestrado que defendi em fevereiro, desse ano (2010), junto ao Program de Pós-Gradução em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Natal). É uma pesquisa em Filosofia, Literatura e Educação. Atualmente, faço doutorado, onde estou pesquisando o Sertão, tendo os mesmos pilares como base para construção de Tese. Logo abaixo tem o Resumo da Dissertação de Mestrado. Prentendo publicá-la em forma de livro.

RESUMO


Nessa pesquisa, refletimos sobre Corpo e Poesia: para uma Educação dos sentidos. O trabalho tem como objetivo a busca da compreensão do entrelaçamento corpo e poesia, para uma educação dos sentidos, a partir da experiência do Ser no mundo. Nesse propósito, busca-se entender a criação poética como a transubstanciação corpórea por meio dos sentidos que se realiza na expressão criativa e se manifesta na linguagem do corpo, abrindo caminhos para uma educação vivenciada na experiência estética. Para compreendermos o processo da criação poética, recorremos ao método fenomenológico do mundo vivido da filosofia de Merleau-Ponty, sempre abrindo florestas de questionamentos e germinando novas dúvidas para a busca de outras compreensões sobre Poesia, Corpo e Educação. Esses três fenômenos foram investigados por meio de uma reflexão sobre a minha própria trajetória de vida como poeta e professor de Educação Física; identificação e analise de poetas/declamadores; experiências sensíveis vivenciadas nas Oficinas de Poesias, realizadas em sete escolas públicas do Estado do Rio Grande do Norte e no dialogo permanente com as obras de Merleau-Ponty, Severino Antonio, Paul Zumthor, Petrucia Nóbrega, entre outros autores. A fenomenologia e as fontes investigadas nos permitiram concluir que a criação poética não é produto de uma inspiração divina, de um espírito vindo de alhures, nem hereditária, mas cria-se poesia a partir de um dialogo entre o poeta e o mundo orgânico e cultural, revelando, a cada experiência vivida, um novo mundo de sentidos e significados. Foi possível compreendermos a linguagem poética como uma manifestação sinestésica e performática que ontologicamente se revela e se oculta a cada experiência, trazendo novas claridades expressivas do Ser no mundo. A pesquisa nos revelou que a poesia como uma experiência sensível do estado poético possibilita a construção de um conhecimento sensível, alegre e lúdico para uma educação dos sentidos.

sábado, 27 de novembro de 2010


           Natureza de Versos

Sinto as flores da mágica natura
Perfumar o meu Ser com sutileza,
Despertando do corpo a natureza
Dos sentidos com plácida doçura.
O meu peito revela a arquitetura
Projetada no campo-coração;
Uma aurora de verso na amplidão
Ilumina o meu sonho sertanejo,
Espargindo fulgores em lampejo
Dum poema florido de emoção.

Sobre a copa do lírico arvoredo
Que floresce no alpendre do meu peito;
Um concriz num cantar livre e perfeito
Solta um canto coberto de segredo.
Um pequeno riacho num lajedo
Duma fonte que vem do sentimento,
Dar um beijo na rocha como alento
Afagando com toques cristalinos,
Como os beijos dos colibris divinos
Sobre as flores, fazendo movimento.

Uma flor desabrocha do meu Ser
Exalando o perfume da existência,
Cada pétala de verso mostra a essência
Dum poema que me faz transcender.
O sutil rouxinol do alvorecer
Entre as telhas abertas dos sentidos
Me desperta com tons em sustenidos,
Quando o sol do poema me ilumina
Penetrando nas brechas da cortina,
Desvendando meus sonhos coloridos.

Cada flor que no peito me extasia
Sobre a forma do verso delicado,
Sinto o corpo mostrar o seu bailado
Como a pluma dançando em sinfonia.
A minha alma com plácida magia
Se revela no bosque do poema,
O sensível revela o seu emblema
Nas palavras mostradas com carinho,
Onde o verso se deita no seu ninho
E produz no meu Ser um belo tema.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O lindo soneto abaixo, de autoria da poetisa/companheira Rachel Rabelo, foi um presente da alma que recebi no dia do meu aniversário.


           Soneto do Viver

(Ao Poeta e Companheiro Gilmar Leite)

Nesta data repleta de alegria,
O meu verso lhe dou com humildade.
É o presente sereno da magia
Que transborda nas linhas da verdade.

Os desejos são: luz, paz, harmonia!
O "Cinquenta" traduz serenidade,
Um percurso sublime que irradia.
Os instantes vividos com saudade.

No jardim colorido do viver,
O perfume que exala do seu ser
Traz a rima perfeita do momento.

Cada pétala aberta da emoção
Faz o mundo tocar seu coração
Com o pólem sutil do sentimento.

Rachel Rabelo – 11/11/2010

quinta-feira, 4 de novembro de 2010


                Amor não é poder


Amor não é poder, nem é disputa,
É junção pra viver um sentimento,
Entre dois corações, num só alento,
Na harmonia da vida que se escuta.

Não se deve mostrá-lo como a luta
Do hercúleo pavor do descontento,
Mas vivê-lo no compartilhamento
Mesmo na rocha da vida mais bruta.

O sentido do amor é o abraço
Onde a vida se mostra num só laço,
Dum herói que se chama coração.

O amor não precisa do poder!
O que faz o seu lindo grão crescer
São as águas serenas da união.

domingo, 10 de outubro de 2010



         Momentos Líricos               

Galope em parceria: Gilmar Leite e Rachel Rabelo


Deitei-me na praia dos líricos beijos
Sentindo os afagos da mão carinhosa;
A brisa macia da boca formosa
Tocava meu corpo com leves desejos.
Os dedos faziam serenos gracejos...
As ondas marinhas na pele a tocar,
Trazendo segredos num doce bailar
Mostravam delírios dos sonhos amantes
Dançando na bruma dos beijos vibrantes
Trocando carícias na beira do mar.


Deixei os vestígios de belos momentos
Nas alvas areias do corpo encantado
O sol desenhava um delírio dourado
Na praia sublime dos meus sentimentos
No céu dos prazeres sopravam mil ventos
Erguendo meus lábios num meigo dançar
Os peixes sedentos vieram olhar
As cenas amantes de livres amores
O quadro divino de vários fulgores
Mostrando desejos na beira do mar.


Nas nuvens, desenhos, faziam folias,
Imagens dos corpos deitados na praia,
A branca menina da tez de cambraia
Sereia divina mostrava alegrias
Instantes repletos de doces magias
Fazendo um galope do peito saltar
Na rima perfeita se fez declamar
Amores cristais dos sentires profundos
Unindo a grandeza de líricos mundos
Cobrindo de amores a beira do mar.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010


           Ser-Tão Natureza

O perfume da flor sofisticada
Do jardim da floresta do Sertão,
No meu corpo beijou com perfeição
Me tocando de forma delicada.
A minha alma na placidez alada
Buscou lírios no corpo da campina,
Uma aurora abriu a sua cortina
Despertando a manhã dos meus sentidos,
Envolvidos com tons bem coloridos
E banhados com beijos de neblina.


No meu Ser o Sertão mudou de cor
Lindas flores mostraram seu perfume...
Dando vôos sem fazer nenhum queixume,
Eu senti um dourado beija-flor.
Velhas árvores com todo esplendor
Imponentes no palco da amplidão;
Cada ramo que tem meu coração
Deu abraços no tronco da existência,
O riacho da vida com fluência
Escorreu no meu o peito de emoção.


Fui tomado nas cenas da natura
Do Sertão penetrando no meu peito,
Cada tela dum mundo bem perfeito
Aumentava a febril temperatura.
Eu ficava na máxima altura.
Vendo o mundo na linha do horizonte,
A grandeza surgindo atrás do monte
No sorriso do sol incandescente,
Dando beijos no meu corpo corrente
Que cristal se mostrava como a fonte.


Envolvido num abraço natural
Como parte integrante da paisagem,
O meu corpo mostrava uma ramagem
No sentir do meu Ser fenomenal.
O silêncio dum velho bacurau,
A cantiga estridente do “ferreiro”,
Cada instante me deixava maneiro
Flutuando na flor do coração,
Recebendo os orvalhos do Sertão
Dando beijos no meu Ser por inteiro.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010


   No Sorriso da Criança

Penetrei no sorriso da criança
Vi a flor da verdade se abrindo,
O sutil beija-flor do bem surgindo
Carregando no seu bico a esperança.
No sorriso vi luzes numa trança
Desenhando em seu rosto o sol da aurora,
A pureza na face era uma flora
Verdejando o jardim da inocência,
Onde Deus fez presente a existência
Dando vida a beleza sem demora.

No sorriso da face enternecida
Contemplei os orvalhos da pureza,
Escorrendo na flor da sutileza
Dando beijos, mostrando a luz da vida.
Vaga-lumes de luz bem colorida
Na criança brilhava de verdade,
Fulgurando lampejos da bondade,
Dando vôos com as asas de carinhos
E plantando a ternura nos caminhos
Com os beijos sutis da liberdade.

Uma pétala de amor puro e inocente
Espargia do sorriso cristalino,
Ofertando um frescor doce e divino
Como a vida que brota da semente.
Entre os cantos da face uma vertente
Em cascatas, mostrava um paraíso,
Era Deus, sobre a forma do sorriso,
Desenhado na face da criança,
Onde a vida retrata uma aliança,
De verdade, beleza e amor preciso.

Caminhei sobre as plumas sorridentes
Da criança, mostrando alegria,
Encontrei um frescor de fantasia,
Como as aves cantando bem contentes.
Vi no riso o vigor que há nas sementes
Verdejando a campina do sertão;
No sorriso encontrei uma afeição
Que tocou com ternura meus sentidos
Dando toques sutis e coloridos
Enfeitando de amor meu coração.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

O soneto abaixo foi feito em parceira com a grande poetisa Rachel Rabelo


               Desprendimento


Como vim para o mundo ser ter nada!
Também não levo nada após a vida;
Trouxe apenas minh’alma enternecida,
Deixo aqui, algum verso em revoada! *

Não me vale a nobreza inventada!
Vim pra terra descalça e bem despida;
Nenhum bem vou levar na minha ida,
Fica a arte na voz, por mim cantada. **

Deixo o amor, a justiça e a bondade!
Levo apenas os lírios da vaidade,
De alguns versos falando da criança. *

Ficarão os meus atos de humildade!
Vão comigo os fulgores da verdade,
Construídos com luzes da aliança. **

                                   Gilmar Leite *
                                 Rachel Rabelo**

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Estive com  amigos e amigas fazendo trilhas pelo brejo paraibano, mas precisamente, no município de Serraria. Foi um dia inesquecível pelo aconchego das pessoas amigas e pelo lugar encantador. Localizado na Borborema Paraibana, o local percorrido é de uma beleza fantástica. Passamos por riachos, trilhas apertadas, grutas misteriosas (conta-se que uma delas foi habitada por índios) e escalamos uma serra íngreme, que precisou de muito esforço físico e cuidado. Mas, a chegada ao topo, onde estou na foto, valeu todo sacrificio, porque a sensação foi esplendorosa. Passando por uma experência sensível tão maravilhosa, não poderia a poesia ficar ausente, sem o registro. Logo abaixo está o poema em decassílabo inspirado no passeio ao brejo paraibano. Logo abaixo tem mais fotos.

             Abraço da Natura

Abracei com ternura a natureza
Ofertando o meu corpo delicado
Vi a vida mostrando o seu reinado
Através da divina singeleza.
Cada flor me beijava com leveza
Exalando em meu corpo sua essência
Era Deus revelando a providência
Sobre a forma serena da natura
Onde cada encantada criatura
Revelava pra mim sua existência.

Um riacho de águas cristalinas
Dava beijo nas plantas dos meus pés
Escutei lindos cantos menestréis
Dumas aves se amando nas campinas.
Doces brisas com leves mãos divinas
Davam toques na flor dos meus sentidos;
Lindos quadros de tons bem coloridos
Revelavam cenários de mil cores,
Espargindo divinos esplendores
Entre os galhos dos bosques escondidos.

Velhas árvores dos tempos seculares
Imponentes mostravam elegância,
A floresta exalava uma fragrância
Espalhando por todos os lugares.
Vi nas grutas presença de alguns lares
Das raposas e de outros animais;
Cogumelos de cores magistrais...
Finos galhos de corpos contorcidos,
Abraçando alguns trocos retorcidos,
Como amantes em noites invernais.

Sobre o topo da serra magistral
Vi os campos na linha do horizonte,
E uma brisa beijava a minha fronte
Com carícias dum toque angelical.
A grandeza do Deus fenomenal
Me alargava o alcance da visão;
Entreguei os sentidos à amplidão
Recebendo os segredos da natura
E sentindo uma essência rara e pura
Afagando o meu doce coração.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010



                  Frente ao Mar


Como o Deus do Olímpio imponente
Vejo o mar no trono da grandeza,
Com mil ondas de força e de beleza
Que se mostra gigante a minha frente.

O seu brilho de azul bem transparente
Como lindos cristais de cor turquesa,
Deixa um feixe de luz na natureza
Entre os beijos da brisa reluzente.

Sobre as águas reflete o sol brilhante!
Um peixinho mergulha triunfante
Sobre as ondas, fazendo seu revés.

Lindas rendas de dúlcidas espumas
São tapetes suaves como plumas
Que se estendem na planta dos meus pés.

domingo, 1 de agosto de 2010

Sempre esteve guardado no cofre da minha memória a imagem de Betinho (José Humberto) meu irmão, que tão cedo (30 anos) nos deixou (acidente de carro), abrindo nos corações dos que gostavam dele uma enorme fenda de saudade. Amante do Direito (era Promotor de Justiça em Caicó, RN) e da música, fez do pouco tempo de existência uma jornada de afetos e de boa convivência com as pessoas que o conhecia. Era um boêmio que sempre levava o violão a tiracó-lo, de uma voz grave, suave e bonita. Apaixonado pela música de Roberto Carlos e Zé Ramalho, entre outras, Betinho gostava de fazer serenatas nas noites de lua em São José do Egito para as  musas da época. Como meu pai faleceu muito cedo e dexou muito filhos jovens em casa, Betinho foi arrimo de família e tinha nos estudos a grande paixão. O soneto abaixo foi feito num dos momentos de saudade ao ouvir "O Divã"  de Roberto Carlos e me lembrar tanto dele.

          Saudade Fraterna
                                  
                                                Ao saudoso irmão Betinho

Hoje o peito transborda de saudade
De Betinho, nas noites de serestas,
Enfeitando o luar com belas festas
Dando acordes sutis, pela cidade.


O instrumento ficou na orfandade
Lamentando o adeus que lhe infesta,
Dum alguém que forma bem modesta,
Fez seus tons eclodirem de verdade.

Quantas vezes os sons do violão
Entoados com plácida canção
Fez nas almas singelos acalantos.

Os acordes que no meu peito invade
São momentos tristonhos de saudade,
De Betinho vertendo belos cantos.

quarta-feira, 21 de julho de 2010


Viajar ao Pajeú das Flores, conhecendo os lugares certos e tendo as companhias poéticas que eu sempre tenho, é compartilhar de uma jornada sensível aos recantos mais sublimes dos sentidos. Passei 12 dias entre o Pajeú Pernambucano e o Cariri Paraibano, embevecendo-me da mais autêntica poesia feita com profundidade e sabedoria. Conviver com poetas como Zé de Cazuza (patrimônio poético nacional) e outros tantos ( fica impossível citar todos), é de uma experiência estética única e sem dimensões para narrá-la aqui. As fotos dos momentos únicos e o poema logo abaixo é um pouco da carga intensa de conviver com pessoas que fazem da alma poética o sentido da vida.

              Jornada Sensível

                                           À poetisa Rachel Rabelo

A minha alma tem luzes matinais
Como o sol que aparece no horizonte;
O meu peito poético é uma ponte
Pra levar os meus versos madrigais.
Sempre faço dos sonhos de cristais
Transparências das minhas atitudes,
Procurando alcançar as altitudes
Dos valores humanos mais divinos,
Onde os atos de afetos cristalinos
São os beijos pra grandes plenitudes.

Sempre busco levar meu sentimento
Sobre a forma do verso delicado,
Onde a luz do sensível é meu reinado
Governando com nobre encantamento.
Eu procuro mostrar meu monumento
Sobre a forma da flor da gentileza;
Ofertando do peito a sutileza
Dos orvalhos pingando transparência,
Sobre as pétalas sutis da consciência
Onde a vida se mostra com beleza.

Caminhar nas estradas do sensível
Sempre foi meu trajeto rotineiro;
Todo passo me deixa bem maneiro
Onde às vezes percebo o invisível.
Cada sonho eu procuro ser possível,
Transformá-lo na luz da comunhão,
E plantar no jardim do coração
As sementes do meu verso singelo,
Onde a flores do sentimento belo
Abram pétalas com beijos da união.

Quando deito nas plumas do meu sono
Sempre encontro a leveza querubim,
Pois meus sonhos são flores do jasmim
Quando surgem bem antes do outono.
Cada verso que faço, mostro um plano,
Projetado com gestos de humildade,
Onde a luz da sutil simplicidade,
Solta brilhos no céu da consciência,
Clareando a floresta da existência,
Revelando o meu mundo de verdade.

terça-feira, 29 de junho de 2010

              Um Ser de Flor

                                   À Anaflor Leite...Um sonho possível

Eu sonhei no jardim do paraíso
Onde flora a beleza da existência,
Vi a flor exalando a pura essência
Sobre a forma divina dum sorriso.
Dum pequeno botão lindo e preciso
Eclodia um Ser de singeleza,
Era Deus revelando a natureza
Duma flor perfumada de esperança,
Onde as pétalas sutis do Ser criança
Encantava a minha alma de beleza.

Eu fiquei contemplando o Ser divino
Exalando seu mundo de inocência
Os orvalhos cristais da transparência
Cintilavam no rosto pequenino.
O seu jeito delicado e cristalino
Expressava da vida a flor ternura,
Cada planta se curvava com brandura
Ofertando respeito e reverência,
Onde os galhos sutis da consciência
Tinham Deus na divina criatura.

Até mesmo o uirapuru cantador
Seresteiro que cala os outros cantos
Sobre o galho calou-se com encantos
E ficou contemplando o Ser de flor.
Na floresta formou-se um esplendor
Ao redor da divina criação.
A cascata parou sua canção
E ficou sobre a rocha enternecida,
Vendo a flor ofertando a luz da vida
Através dum divino coração.

Um sutil vaga-lume reluzente
Ofertava os fulgores à criança;
Do meu peito brotava a esperança
Me deixando feliz e mais contente.
Compreendi a grandeza da semente
Quando brota e depois revela a flor.
Vi que a vida se mostra com amor
Entre os ramos floridos da pureza,
Da criança exalando sutileza...
Uma aurora espargindo seu fulgor.

quinta-feira, 17 de junho de 2010


Após ter escutado os dois primeiros cds e o dvd da entrevista/cantante do "uirapuru" do Amazonas, o grande amigo Antonio Pereira, relembrei quando estive na Amazônia (Roraima) e dormi em plena selva, sendo acordado na madrugada, vendo os primeiros raios do sol entrando pelas brechas das árvores gigantes, formando um lindo leque numa aurora de cores reluzentes, embalada pelos cantos das aves amazonenses. Isso tudo, levou-me também à minha aldeia no Pajeú das Flores; na minha época de menino entre as árvores da caatinga, vendo outra tipo de fauna e de flora, com sua beleza singular e seu madrigal encantador. Esses momentos entraram no meu sensível e acenderam a tocha da inspiração, fazendo eu escrever os dois sonetos abaixo.

             Lirismo Bucólico


Nos cristais reluzentes dos orvalhos...
E nas pétalas da flor sofisticada,
Borboletas da cor mais delicada
Trocam beijos, depois pousam nos galhos.

Entre as sombras dos plácidos carvalhos
Um sutil colibri de cor dourada,
Guarda essência pra linda namorada
E as asas sutis como agasalhos.

Uma abelha dourada no vergel
Busca as flores que têm o puro mel
Pra ofertar ao parceiro com ternura.

Nesse mundo encantado de lirismo
Cada ser da natura é o romantismo,
Onde Deus se revela criatura.




        Madrigal de Comunhão


Sob as cores fantásticas da aurora
Vejo o sol desenhando seus fulgores
E os dourados pequenos beija-flores
Dando vôos delicados sob a flora.

Minha vida desperta sem demora
Exalando do peito meus primores,
Ofertando nos versos esplendores
Como o brilho do sol por trás da amora.

Encantado com o brilho da manhã
A minha alma é tocada pela lã
Das gotículas da chuva orvalhada.

Num delírio de cores sem ter fim
Sinto um mundo floral dentro de mim
Sob os beijos da aurora revelada.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Depois de uma tarde tranquila, após a leitura de três capitulos do livro "A natureza" do filósofo Merleau-Ponty, de ouvir o cd "Blader Runner" de Vangelis, das lindas canções e temas instrumentais de  Marcus Viana e dos poemas Árabes declamados na voz doce de Letícia Sabatela, a inspiração veio de mansinho, como um dourado colibri, tocou a flor do meu ser sensível de forma leve e carinhosa e fez-me fazer o singelo poema logo abaixo.

            Jardim Onírico

Uma flor delicada e sorridente
Ofertou o seu perfume ocultado
Com um cheiro sutil, sofisticado,
Refulgindo o fulgor aurifulgente.
Eu fiquei num estado envolvente
Pela essência da planta pequenina,
Ofertando a gotícula cristalina
Sobre a forma sublime do perfume
Onde a vida com brilho logo assume
Seu formato na tela mais divina.

Eu deitei meu sensível coração
Sobre as pétalas fantásticas da flor
E senti no meu peito o puro amor
Entoando uma plácida canção.
Sobre o cálice ouvi uma oração
Escorrendo gotículas de orvalhos;
Vi Jesus solfejando entre os galhos
Uma música com pingos de humildade,
Escorrendo correntes de bondade
Irrigando de amor belos carvalhos.

Abracei com ternura a linda flor
Ofertando o meu peito de presente
Vendo a vida brotando da semente
Entre as brechas do riso multicor.
Eu brinquei com menino encantador
No jardim delicado da existência,
Onde a flor da divina consciência
Abre as pétalas durante as auroras,
E derrama perfumes sem demoras
Onde a vida se mostra com fluência.

Como um dócil e pequeno cuitelinho
Dei mil beijos nas pétalas da flor
E senti no meu peito o seu sabor
Envolvendo minh'alma de mansinho.
Sobre o cálice da flor eu fiz um ninho
Tendo as plumas dum lindo beija-flor;
Tive os braços sedosos do amor
Numa noite de sonhos reluzentes
Vendo Deus nos beijos envolventes
Clareando o meu peito sonhador.

domingo, 13 de junho de 2010

Ps: Hoje, logo cedinho, deitado em meu quarto, ouvindo o cd novo (2010) de Amaury Falabella, o qual tem a participação do amigo/irmão Antonio Pereira, senti uma brisa suave entrar pela janela, acompanhada do canto de um bem-te-vi madrigal. Tomado pela música e pelo ambiente, lembrei-me da minha infância e da minha mãe, daí a verve catucou meu peito e saiu o soneto logo abaixo.

               Recordação

Hoje cedo uma brisa carinhosa
Deu-me um beijo de forma bem singela,
Eu lembrei-me mamãe plácida e bela
Me acordando na flor da minha aurora.

Recordei-me da sua voz canora
Pela música que vinha da janela,
Era um bem-te-vi de cor amarela
Parecendo mamãe, tão maviosa.

Eu fiquei repousando no meu canto,
Relembrando no peito o acalanto
Que mamãe entoava pra eu dormir.

E envolvido na aurora do passado
O meu peito mergulha extasiado,
No pretérito, fugindo do porvir.

quarta-feira, 26 de maio de 2010


              Infância No Pajeú

                                              Ao poeta/amigo Dirceu Rabelo

Lembro bem do meu tempo de menino
Sobre as margens do “Pajeú das Flores”,
Quando olhava os sublimes esplendores
Aumentando o meu sonho pequenino.
Era um tempo feliz e cristalino
Tendo a frente às águas da esperança;
Mergulhava o meu mundo de criança
Na corrente sutil da inocência,
Vendo as águas cristais da consciência
Sobre o leito da vida numa dança.

Eu saltava da ponte da bondade
Sobre as águas do meu mundo de sonhos;
Mergulhava nos versos bem risonhos
Dos poetas com cantos de verdade.
Eu buscava encontrar profundidade
Sob as águas do rio da fantasia;
Encontrava as correntes de poesia
Nos remansos de versos encantados,
E fazia dos braços muitos nados
Pra cruzar o meu mundo de magia.

Lembro bem do meu corpo bem maneiro
Flutuando nas águas cristalinas,
Vendo mil borboletas pequeninas
Disputando uma flor de puro cheiro.
Um soneto de Jó leve e faceiro
Balançava na pétala de uma flor,
Derramando os orvalhos do amor
Sobre o cálice da lírica saudade;
Esse tempo bucólico que me invade
São lembranças dum mundo sonhador.

Sobre a tela da mente sempre vejo
Eu menino, fazendo pescarias,
Meu anzol só pescava as poesias
Para encher o meu peito sertanejo.
No meu Ser o relâmpago em lampejo
Lembra as noites de inverno no sertão;
O meu peito estremece com trovão
Relembrando o passado da infância,
Agitando a minha alma numa ânsia
Pelo sonho que traz recordação.

terça-feira, 25 de maio de 2010


            Sonho Beija-Flor

                            Ao amigo Moal Junior

Hoje cedo um pequeno beija-flor,
Delicado, pousou sobre meu sonho,
Vinha leve, feliz e bem risonho,
E trazendo uma pétala de amor.
No seu bico a grandeza do valor
Derramava os orvalhos da bondade;
A virtude emanava de verdade
Os valores na forma de perfume,
Dando luz ao pequeno vaga-lume
Para ser uma eterna claridade.

O sutil passarinho delicado
No meu sonho pousou a esperança,
E beijou a minha alma de criança
Me deixando no estado imaculado.
O seu cândido beijo perfumado
Penetrou no céu da consciência;
Eu senti mil sabores da essência
Escorrendo do bico pequenino,
Era a vida mostrando o Ser divino
Clareando o jardim da existência.

Nesse instante fiquei extasiado
Pelo beijo do dócil cuitelinho
Que senti está num plácido ninho
Tendo o afago do corpo emplumado.
O sutil colibri do amor sagrado
No meu sonho beijou com sutileza
E mostrou no seu gesto a natureza
Quando é feita com atos de virtudes
Seu poder vence várias plenitudes
E transcende da vida só grandeza.

No meu sonho o pequeno beija-flor
Se mostrava um gigante de valores
Parecendo os impávidos condores
Que atravessam a linha do Equador.
O dourado emissário, com fulgor,
Do seu bico pingava o sentimento.
O respeito era o nobre alimento;
Sempre a luz das mais plácidas ações
Atingindo os sensíveis corações;
Tendo o amor clareando o ensinamento.

domingo, 23 de maio de 2010



          “Pajeú das Flores”

                                           Ao poeta Dedé Monteiro 

Oh! Meu lírico “Pajeú das Flores”,
Teu jardim encantado de poesia
As abelhas do verso e da magia
São os nobres poetas cantadores.
No teu cálice poemas multicores
Mostram verves beijando a sutileza;
Sobre as pétalas sutis da natureza
Onde estão os perfumes delicados
Dos poetas que são seres alados
Dando vôos sobre o campo da beleza.

Sobre a seda das flores perfumadas
Lindos versos exalam seus odores
Que são pingos dos dedos trovadores
Com fragrâncias sutis, sofisticadas,
Os poemas são gotas orvalhadas
Entre os ramos febris do coração
Dum poeta que canta uma canção
Perfumada com tons de singeleza
Despertando na calma natureza
O bucólico mundo de Cancão.*

Borboletas azuis em seus bailados
Entre as cordas dum sábio menestrel
São os versos suaves como mel
Nos acordes dos cantos improvisados.
Colibris pequeninos e dourados
São palavras poéticas reluzentes
De poetas plantando mil sementes
Sobre o campo sensível dos sentidos
Pra deixar lindos sonhos coloridos
Sobre as margens do rio em vertentes.

Lindo mundo do “Pajeú das Flores”
São voláteis os versos encantados
Os teus cantos nos deixa perfumados
Pelos versos floris dos cantadores
Teus poetas revelam mil fulgores
Do jardim delicado da existência
Onde a vida revela com fluência
O perfume sublime da poesia
Despertando os sentidos com magia
E mostrando a beleza em sua essência.

* Cancão: João Batista de Siqueira - Poeta de São José do
   do Egito, Pe. Sua poesia de forma sofisticada pintou a pai-
   sagem sertaneja com todas as cores. Neste blog tem um
   poemas dele. Está no arquivo

quinta-feira, 20 de maio de 2010



                    Pajeú Imortal

Rio lendário dos grandes menestréis
O berçário do reino da poesia
Onde os versos são flores que extasia
Das violas aos folhetos de cordéis.
Os poetas são mestres bem fiéis
Decantando teu reino de beleza
Onde a força da grande natureza
É mostrada nos versos de improviso
Expressando do peito um paraíso
Revestido de grande realeza.

Tuas águas escorrem o sentimento
Dos poetas bucólicos, campestres,
Velhos vates são pássaros silvestres,
Que no verso faz nobre sacramento.
Cantadores fizeram um juramento
De jorrar a beleza no teu leito
Onde a fonte cristal que tem no peito
Nunca seca a corrente da poesia
Transbordando com cantos e magia
As ribeiras do verso mais perfeito.

Sempre vejo nas margens verdejantes
Lindos bandos das aves cantadeiras
Disputando um cantinho nas ribeiras
Pra beberem os poemas fulgurantes.
As juremas com galhos tremulantes
Têm os ecos de antigas cantorias
Beija-flores carregam com magias
Os segredos dos versos delicados;
Os orvalhos dos cantos mais sagrados
Cintilantes escorrem em sinfonias.

Imortal, nobre “Pajeú das Flores”,
Tua história foi feita de poesia
No teu leito transborda a melodia
Das cantigas dos mestres cantadores.
Os poetas são plácidos pintores
Desenhando teu curso na história
Registrando nos cantos a memória
Com os traços sutis do sentimento
Te fazendo gigante monumento
Onde os versos enfeitam tua glória.

domingo, 9 de maio de 2010



Lágrimas de Deus

Os serenos cristais da madrugada
Que nas flores cintilam sutilezas
São imagens com mil delicadezas
Desenhadas no corpo da alvorada.
Cada gota na flor sofisticada
Tem purezas dum anjo querubim;
Lindos pingos brilhando no jardim
Vão pra face de nobres prometeus
Os orvalhos são lágrimas de Deus
Sobre a taça purpúrea do jasmim.

Escorrendo nas folhas verdejantes
Dando beijos nos ramos delicados
Germinando amores mais sagrados
Abraçando as verdades triunfantes.
As gotículas das águas fulgurantes
Que dos céus aparecem sem ter fim
São sutis como o toque dum clarim
Solfejando nos montes Pirineus
Os orvalhos são lágrimas de Deus
Sobre a taça purpúrea do jasmim.

Um ligeiro e dourado beija-flor
Com seu bico sutil e pequenino
Guarda o pingo do liquido cristalino
Pra ofertar com ternura ao seu amor.
Cada pétala desperta um esplendor
Da natura que mostra o seu festim;
Vê-se Deus num sorriso de marfim
Sobre as flores tocando os gineceus
Os orvalhos são lágrimas de Deus
Sobre a taça purpúrea do jasmim.

Borboletas azuis em passarelas
Tomam banhos nos plácidos orvalhos
Lindos pingos cristais caem dos galhos
Revelando paisagens de aquarelas
São instantes das cores mais singelas
Sobre os tons delicados de cetim;
Cada pingo parece um querubim
Escorrendo dos olhos dos ateus;
Os orvalhos são lágrimas de Deus
Sobre a taça purpúrea do jasmim.

Ps: o mote é meu

domingo, 2 de maio de 2010


Mãe

À minha mãe Rita Leite (em memória)

Mãe, eterna flor; lírio da campina!
A essência mais pura dos humanos,
A tua alma é maior que os oceanos
E os teus beijos têm brisa cristalina.

Tu és a forma mais plácida e divina
Exalando o amor, que é soberano;
Nosso Deus fez de ti um lindo plano
Que é teu útero, luz tão pura e fina.

Teus carinhos, cobertos de acalantos,
Faz a vida entoar os belos cantos
Onde o pranto se acaba num sorriso.

Tu és de Deus um poema universal!
Do teu peito o amor transcendental,
Mostra a vida, num lindo paraíso.

sexta-feira, 30 de abril de 2010



Lírio da Inocência

Sobre o cálice da vida perfumada
Onde o néctar revela seus primores
Os pequenos dourados beija-flores
Tomam banho na flor mais orvalhada.
A pureza da cor bem delicada
Abre a pétala mostrando sua essência
A candura do amor mostra excelência
Exalando o perfume da esperança
No jardim encantado da criança
Encontramos o lírio da inocência.

Na criança floresce a flor mais pura
No jardim encantado do seu riso
Demonstrando o fulgor do paraíso
Que se mostra com plácida candura.
O perfume que exala com ternura
Vem da flor delicada da existência
Exalando do céu da consciência
O amor, a bondade, numa trança,
No jardim encantado da criança
Encontramos o lírio da inocência.

É um Ser pequenino, de grandeza;
A semente encantada do mistério;
Quando brota demonstra nobre império
Revelando o fulgor da natureza.
O seu brilho demonstra só nobreza,
Não se afirma com fúria insistência;
Seu amor sempre escorre com fluência
Entre os galhos da vida numa dança;
No jardim encantado da criança
Encontramos o lírio da inocência.

Nós adultos, cobertos de defeitos,
Com punhais apontados para o mundo,
Não vivemos na luz o bem profundo
Pois corremos caminhos imperfeitos.
Rodeados de loucos preconceitos
Somos cegos na luz da existência;
Basta olhar a criança na essência
Exalando a bondade com pujança;
No jardim encantado da criança
Encontramos o lírio da inocência.

Ps: o mote é meu