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quarta-feira, 30 de novembro de 2011



        Brinquedos de Criança


Um pião que rodava sobre a mão
Dava giros nos sonhos de menino;
Cada volta do mundo pequenino,
Revelava as imagens da ilusão.
Eu corria nos campos do sertão
No cavalo de pau com segurança
Cada passo mostrava linda dança
Revelando do peito minha glória
Hoje guardo no cofre da memória
Os brinquedos do tempo de criança.

Os boizinhos de barro encantados
Arrumava com zelo carinhoso
No curral eu cuidava de mimoso
Grande touro com chifres amolados
Eu corria nos campos dos roçados
Pastorando as ovelhas com pujança
Esse mundo borbulha na lembrança
Retratando com brilho minha história
Hoje guardo no cofre da memória
Os brinquedos do tempo de criança.

A peteca, o bornal, a baladeira,
Hoje estão escondidos no meu peito
São lembranças dum mundo bem perfeito
Enfeitando o sentir como bandeira.
Era o “toque” inocente brincadeira
Dum menino mostrando que não cansa
No meu mundo jorrava a esperança
Como forma brincante sem inglória
Hoje guardo no cofre da memória
Os brinquedos do tempo de criança.

Os carrinhos corriam nos meus sonhos
Dando curvas no peito imaculado
Sobre as águas saltava com cuidado
Expandindo prazeres bem risonhos.
Não sabia do mundo dos tristonhos
A bondade brotava como herança
A alegria jogava a sua trança
Onde a vida jamais era simplória
Hoje guardo no cofre da memória
Os brinquedos do tempo de criança.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011


Quando o amor é regado de respeito
Brota a flor encantada da harmonia

Quando a ética brota o sentimento
Florescendo o jardim da comunhão
Tem sentido o amor do coração
Germinando o viver em passo lento.
Surge a flor do sutil contentamento
Enfeitando a campina da alegria
Cada afeto desperta uma magia
Do sentir que se torna bem perfeito
Quando o amor é regado de respeito
Brota a flor encantada da harmonia

Beija flores no campo do amor puro
Buscam o néctar sutil da segurança
Uma essência serena da esperança
Anuncia certezas para o futuro
O sentir fica sempre mais seguro
Fecundando o viver com fantasia
Cada beijo tem cores de poesia
Enfeitando o pulsar que há no peito
Quando o amor é regado de respeito
Brota a flor encantada da harmonia

Borboletas douradas da paixão
Com cuidados afaga o sonho plácido
O amor com carinho fica cálido
Perfumando o sentir do coração.
Cada ramo entrelaça uma união
Confortando de paz e melodia
Fortalece o amor no dia a dia
Onde o ódio não deve ser aceito
Quando o amor é regado de respeito
Brota a flor encantada da harmonia

Os carinhos se tornam liberdade
Nas campinas silvestre dos valores
A moral se transforma em beija flores
Dando vôos nos campos da verdade.
Um perfume se evola da bondade
Ofertando atenção e moradia
Surge o sol do respeito que irradia
Clareando o viver num tom perfeito
Quando o amor é regado de respeito
Brota a flor encantada da harmonia                         

segunda-feira, 21 de novembro de 2011



  Só podemos cobrar algum valor
Quando somos corretos pagadores

Só podemos cobrar algo de alguém
Se nós formos pagantes bem corretos
Pois seremos idôneos arquitetos
Coerentes na prática do bem.
Uma ação de valor sempre contém
A limpeza dos atos, sem negrores.
Onde a vida não tem mais cobradores
Exigindo sem fim qualquer pudor
Só podemos cobrar algum valor
Quando somos corretos pagadores

Não podemos pedir qualquer justiça
Se não somos tão justos nas ações
A verdade se faz nas doações
Sem pedir uma troca que enfeitiça.
Ofertar os negrores da injustiça
Sempre ofusca os atos doadores
A verdade padece nos temores
Morre o sonho nas grades duma dor
Só podemos cobrar algum valor
Quando somos corretos pagadores

Para termos justiça em nossos atos
É preciso plantar na consciência
A semente sutil da coerência
Adubando a verdade sem maus tratos.
A bondade não sonha com contratos
De cobranças no campo dos amores
Colibris não osculam sobre as flores
Exigindo um carinho de uma flor
Só podemos cobrar algum valor
Quando somos corretos pagadores

Se nós formos bondosos sem cobrança
Uma flor surgirá do coração
Enfeitando com brilho cada ação
Transparente igual sonho da criança.
Cada oferta será sempre a bonança
Transbordando os atos doadores
Não seremos cristãos tão pecadores
A justiça será o nosso fulgor
Só podemos cobrar algum valor
Quando somos corretos pagadores.                         

sábado, 12 de novembro de 2011


             Presente da Alma

                                   (Ao Poeta e Companheiro Gilmar Leite )

O meu verso lhe dou como presente,
nesta data repleta de alegria,
transportando meu ser que está ausente
através da poética energia.

Eu lhe envio minha verve sutilmente
pelo vento febril da calmaria
pra mostrar o que minha alma sente
ao vivê-lo na força deste dia.

O meu beijo com rima da paixão,
é o “papel” pra cobrir seu coração,
envolvido no laço da verdade.

Meu desejo transcende o impossível,
Perfumando sentires do sensível
Num abraço de plena liberdade!

                              Rachel Rabelo

quinta-feira, 10 de novembro de 2011


Depois de ter feito uma viagem a Canudos para entender melhor a geografia da guerra, e de me encantar cada vez mais pela história de Canudos e da carnificna do exército brasileiro, ao dizimar milhares de vidas de pessoas humildes do sertão, aproveito esse espaço para mostrar a foto dos poucos sobreviventes de Canudos e o poema clássico de Ivanildo Vilanova.



A história fará sua homenagem
A figura de Antônia Conselheiro
                          I
Num profundo deserto sem ter fonte
Já surgiu um regime igualitário
Onde um justo já sexagenário
Fez erguer-se a cidade Belo Monte
Para então deslumbrar o horizonte
Sem maldade, sem crime e sem dinheiro
Sem bordel, sem fiscal, sem carcereiro
Mas foi morto e tomado por selvagem
A figura fará sua homenagem
À figura de Antônio Conselheiro

Quem viveu ao seu lado sempre quis
Ter real o que era fantasia
O reinado no céu não prometia
Sim um reino na terra mais feliz
Afinal só o povo do país
Pode dar o retrato verdadeiro
Deste líder autêntico e mensageiro
Que alguém deformou sua imagem
A história fará sua homenagem
À figura de Antônio Conselheiro

Masseté, Uauá, Paraguassú
Caatinga, Facheiro, Mororó
Cambaio, Caipan, Cocorobó
Monte Santo, Favela e Trabubu
Beatinho, Abade e Pajeú
Vilanova, Brandão e Fogueteiro
Macambira, Lalau e o sineiro
Timóteo, lendário personagem
A história fará sua homenagem
À figura de Antônio Conselheiro

Oh! Canudos país da promissão
Foi injusta e cruel a tua guerra
Tu que eras abrigo dos sem terra
Sem direito, justiça, paz e pão
O jagunço era apenas o irmão
O fanático somente o companheiro
Junto ao mestre encontrado o paradeiro
Confiança, família e hospedagem
A história fará sua homenagem
À figura de Antônio Conselheiro

Só o Vaza Barris tão solitário
Vive lá como símbolo e uma prova
De Canudos igreja velha e nova
Linha negra, trincheira e santuário
Malassombro de latifundiário
Coronel, poderoso e fazendeiro
Houve mesmo esse reino alvissareiro
Ao qual muitos tomaram por miragem
A história fará sua homenagem
À figura de Antônio Conselheiro

Sertanejos morrendo de magote
A bandeira rasgada era um molambo
O quartel sem guarita era um mocambo
A trincheira era a grimpa de um serrote
A metralha um feioso clavinote
Baioneta era a lança do carreiro
A corneta o búzio do vaqueiro
Parapeito e gibão sua roupagem
A história fará sua homenagem
À figura de Antônio Conselheiro

Quase dez mil soldados de elite
Quatro bons generais lhes dando apoio
Bivarque, arsenal, bóia e comboio
Com dezoito canhões e dinamite
Numa guerra civil sem ter limite
Não um simples conflito passageiro
Brasileiro matando brasileiro
Os vencidos mostrando mais linhagem
A história fará sua homenagem
À figura de Antônio Conselheiro

Foi a luta da foice e do fuzil
O facão enfrentando a artilharia
Uma nódoa na honra da Bahia
Uma mancha no nome do Brasil
Mas talvez que no ano de 2000
Esse nosso Nordeste brasileiro
Seja outra Canudos por inteiro
Com mais gente, mais arma e mais coragem
A história fará sua homenagem
À figura de Antônio Conselheiro.
                              Ivanildo Vilanova

terça-feira, 8 de novembro de 2011


                                Vigilante 

Sempre estou vigilante dos meus atos
Que navega no mar da consciência;
A bondade pra mim é uma essência
Que combate a maldade dos maus tratos.

Sempre busco fazer dos meus contratos
Uma oferta de paz para a existência,
Onde o amor seja livre transcendência
Ofertando os carinhos, como fatos.

Vigilante sem fim das atitudes,
Eu procuro alcançar as plenitudes
Onde vive o sol da simplicidade.

Com as mãos estendidas para o mundo
Eu oferto o abraço do profundo,
Dividindo os sentires da verdade.