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quarta-feira, 26 de maio de 2010


              Infância No Pajeú

                                              Ao poeta/amigo Dirceu Rabelo

Lembro bem do meu tempo de menino
Sobre as margens do “Pajeú das Flores”,
Quando olhava os sublimes esplendores
Aumentando o meu sonho pequenino.
Era um tempo feliz e cristalino
Tendo a frente às águas da esperança;
Mergulhava o meu mundo de criança
Na corrente sutil da inocência,
Vendo as águas cristais da consciência
Sobre o leito da vida numa dança.

Eu saltava da ponte da bondade
Sobre as águas do meu mundo de sonhos;
Mergulhava nos versos bem risonhos
Dos poetas com cantos de verdade.
Eu buscava encontrar profundidade
Sob as águas do rio da fantasia;
Encontrava as correntes de poesia
Nos remansos de versos encantados,
E fazia dos braços muitos nados
Pra cruzar o meu mundo de magia.

Lembro bem do meu corpo bem maneiro
Flutuando nas águas cristalinas,
Vendo mil borboletas pequeninas
Disputando uma flor de puro cheiro.
Um soneto de Jó leve e faceiro
Balançava na pétala de uma flor,
Derramando os orvalhos do amor
Sobre o cálice da lírica saudade;
Esse tempo bucólico que me invade
São lembranças dum mundo sonhador.

Sobre a tela da mente sempre vejo
Eu menino, fazendo pescarias,
Meu anzol só pescava as poesias
Para encher o meu peito sertanejo.
No meu Ser o relâmpago em lampejo
Lembra as noites de inverno no sertão;
O meu peito estremece com trovão
Relembrando o passado da infância,
Agitando a minha alma numa ânsia
Pelo sonho que traz recordação.

terça-feira, 25 de maio de 2010


            Sonho Beija-Flor

                            Ao amigo Moal Junior

Hoje cedo um pequeno beija-flor,
Delicado, pousou sobre meu sonho,
Vinha leve, feliz e bem risonho,
E trazendo uma pétala de amor.
No seu bico a grandeza do valor
Derramava os orvalhos da bondade;
A virtude emanava de verdade
Os valores na forma de perfume,
Dando luz ao pequeno vaga-lume
Para ser uma eterna claridade.

O sutil passarinho delicado
No meu sonho pousou a esperança,
E beijou a minha alma de criança
Me deixando no estado imaculado.
O seu cândido beijo perfumado
Penetrou no céu da consciência;
Eu senti mil sabores da essência
Escorrendo do bico pequenino,
Era a vida mostrando o Ser divino
Clareando o jardim da existência.

Nesse instante fiquei extasiado
Pelo beijo do dócil cuitelinho
Que senti está num plácido ninho
Tendo o afago do corpo emplumado.
O sutil colibri do amor sagrado
No meu sonho beijou com sutileza
E mostrou no seu gesto a natureza
Quando é feita com atos de virtudes
Seu poder vence várias plenitudes
E transcende da vida só grandeza.

No meu sonho o pequeno beija-flor
Se mostrava um gigante de valores
Parecendo os impávidos condores
Que atravessam a linha do Equador.
O dourado emissário, com fulgor,
Do seu bico pingava o sentimento.
O respeito era o nobre alimento;
Sempre a luz das mais plácidas ações
Atingindo os sensíveis corações;
Tendo o amor clareando o ensinamento.

domingo, 23 de maio de 2010



          “Pajeú das Flores”

                                           Ao poeta Dedé Monteiro 

Oh! Meu lírico “Pajeú das Flores”,
Teu jardim encantado de poesia
As abelhas do verso e da magia
São os nobres poetas cantadores.
No teu cálice poemas multicores
Mostram verves beijando a sutileza;
Sobre as pétalas sutis da natureza
Onde estão os perfumes delicados
Dos poetas que são seres alados
Dando vôos sobre o campo da beleza.

Sobre a seda das flores perfumadas
Lindos versos exalam seus odores
Que são pingos dos dedos trovadores
Com fragrâncias sutis, sofisticadas,
Os poemas são gotas orvalhadas
Entre os ramos febris do coração
Dum poeta que canta uma canção
Perfumada com tons de singeleza
Despertando na calma natureza
O bucólico mundo de Cancão.*

Borboletas azuis em seus bailados
Entre as cordas dum sábio menestrel
São os versos suaves como mel
Nos acordes dos cantos improvisados.
Colibris pequeninos e dourados
São palavras poéticas reluzentes
De poetas plantando mil sementes
Sobre o campo sensível dos sentidos
Pra deixar lindos sonhos coloridos
Sobre as margens do rio em vertentes.

Lindo mundo do “Pajeú das Flores”
São voláteis os versos encantados
Os teus cantos nos deixa perfumados
Pelos versos floris dos cantadores
Teus poetas revelam mil fulgores
Do jardim delicado da existência
Onde a vida revela com fluência
O perfume sublime da poesia
Despertando os sentidos com magia
E mostrando a beleza em sua essência.

* Cancão: João Batista de Siqueira - Poeta de São José do
   do Egito, Pe. Sua poesia de forma sofisticada pintou a pai-
   sagem sertaneja com todas as cores. Neste blog tem um
   poemas dele. Está no arquivo

quinta-feira, 20 de maio de 2010



                    Pajeú Imortal

Rio lendário dos grandes menestréis
O berçário do reino da poesia
Onde os versos são flores que extasia
Das violas aos folhetos de cordéis.
Os poetas são mestres bem fiéis
Decantando teu reino de beleza
Onde a força da grande natureza
É mostrada nos versos de improviso
Expressando do peito um paraíso
Revestido de grande realeza.

Tuas águas escorrem o sentimento
Dos poetas bucólicos, campestres,
Velhos vates são pássaros silvestres,
Que no verso faz nobre sacramento.
Cantadores fizeram um juramento
De jorrar a beleza no teu leito
Onde a fonte cristal que tem no peito
Nunca seca a corrente da poesia
Transbordando com cantos e magia
As ribeiras do verso mais perfeito.

Sempre vejo nas margens verdejantes
Lindos bandos das aves cantadeiras
Disputando um cantinho nas ribeiras
Pra beberem os poemas fulgurantes.
As juremas com galhos tremulantes
Têm os ecos de antigas cantorias
Beija-flores carregam com magias
Os segredos dos versos delicados;
Os orvalhos dos cantos mais sagrados
Cintilantes escorrem em sinfonias.

Imortal, nobre “Pajeú das Flores”,
Tua história foi feita de poesia
No teu leito transborda a melodia
Das cantigas dos mestres cantadores.
Os poetas são plácidos pintores
Desenhando teu curso na história
Registrando nos cantos a memória
Com os traços sutis do sentimento
Te fazendo gigante monumento
Onde os versos enfeitam tua glória.

domingo, 9 de maio de 2010



Lágrimas de Deus

Os serenos cristais da madrugada
Que nas flores cintilam sutilezas
São imagens com mil delicadezas
Desenhadas no corpo da alvorada.
Cada gota na flor sofisticada
Tem purezas dum anjo querubim;
Lindos pingos brilhando no jardim
Vão pra face de nobres prometeus
Os orvalhos são lágrimas de Deus
Sobre a taça purpúrea do jasmim.

Escorrendo nas folhas verdejantes
Dando beijos nos ramos delicados
Germinando amores mais sagrados
Abraçando as verdades triunfantes.
As gotículas das águas fulgurantes
Que dos céus aparecem sem ter fim
São sutis como o toque dum clarim
Solfejando nos montes Pirineus
Os orvalhos são lágrimas de Deus
Sobre a taça purpúrea do jasmim.

Um ligeiro e dourado beija-flor
Com seu bico sutil e pequenino
Guarda o pingo do liquido cristalino
Pra ofertar com ternura ao seu amor.
Cada pétala desperta um esplendor
Da natura que mostra o seu festim;
Vê-se Deus num sorriso de marfim
Sobre as flores tocando os gineceus
Os orvalhos são lágrimas de Deus
Sobre a taça purpúrea do jasmim.

Borboletas azuis em passarelas
Tomam banhos nos plácidos orvalhos
Lindos pingos cristais caem dos galhos
Revelando paisagens de aquarelas
São instantes das cores mais singelas
Sobre os tons delicados de cetim;
Cada pingo parece um querubim
Escorrendo dos olhos dos ateus;
Os orvalhos são lágrimas de Deus
Sobre a taça purpúrea do jasmim.

Ps: o mote é meu

domingo, 2 de maio de 2010


Mãe

À minha mãe Rita Leite (em memória)

Mãe, eterna flor; lírio da campina!
A essência mais pura dos humanos,
A tua alma é maior que os oceanos
E os teus beijos têm brisa cristalina.

Tu és a forma mais plácida e divina
Exalando o amor, que é soberano;
Nosso Deus fez de ti um lindo plano
Que é teu útero, luz tão pura e fina.

Teus carinhos, cobertos de acalantos,
Faz a vida entoar os belos cantos
Onde o pranto se acaba num sorriso.

Tu és de Deus um poema universal!
Do teu peito o amor transcendental,
Mostra a vida, num lindo paraíso.