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segunda-feira, 11 de maio de 2009

A LENDA DO PAJEÚ


Sobre a margem do rio tão lendário
Um pajé com feitiços curandeiros
Com as ervas tratava os guerreiros
Demonstrando um poder imaginário.
O pajé era um homem solidário
Benzedor de valor e grande brio
Feito as águas divinas do seu rio
Que escorria nas margens pedregosas
Dando curvas de formas engenhosas
Que o seu leito ficava todo esguio.

Quando alguém procurava a fantasia
Para entrar em contato com o além
O pajé conduzia como quem
Não voltasse do mundo da magia
Da cabana se ouvia a sinfonia
Da orquestra das águas entre as rochas
Recebendo o clarão em grandes tochas
Que chegava dos ósculos lunares
Pra tocar com fulgores velhos lares
Feito o beijo dos lábios das cabrochas.

A cabana do mestre feiticeiro
Que ficava na margem tão curvada
Tanto era um ponto de chegada,
E a ida do fluxo bem maneiro.
Sempre havia a presença do guerreiro
Com seu corpo veloz e quase nu
Mergulhando onde a curva faz um “U”
Sem saber do futuro encantado
Onde iria surgir outro reinado
Pra brilhar no lendário Pajeú.

2 comentários:

  1. Cheroso, a cada nova leitura das suas poesias, a viagem pelo mundo sertanejo, tão bem representado pela sua obra, faz-me emocionar!
    E é maravilhoso saber que minhas raízes estão fincadas nesse mundo de cultura e beleza.
    Está sendo muito bom ter um espaço direcionado para o mundo pajeusense.
    Beijos iluminadamente poéticos.

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  2. Lorena Joanne de Lira6 de junho de 2009 às 01:40

    Nossaaaa!!! Não sabia que existiam coisas tão perfeitas que descrevessem tão bem o nosso Sertão do Pajeú assim a disposição do mundo através das páginas da internet!!! Sou de lá tb, mas há muito tempo que não visito a cidade onde me criei, tenho o maior orgulho de dizer que lá pude ver de perto tudo que se fala nos versos das poesias sobre esta cidade centenária, seu cotidiano e seu povo tão peculiar.Parabéns pelo blog e pela sua arte tb!!!

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