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sexta-feira, 24 de setembro de 2010


           Ser-Tão Natureza

O perfume da flor sofisticada
Do jardim da floresta do Sertão,
No meu corpo beijou com perfeição
Me tocando de forma delicada.
A minha alma na placidez alada
Buscou lírios no corpo da campina,
Uma aurora abriu a sua cortina
Despertando a manhã dos meus sentidos,
Envolvidos com tons bem coloridos
E banhados com beijos de neblina.


No meu Ser o Sertão mudou de cor
Lindas flores mostraram seu perfume...
Dando vôos sem fazer nenhum queixume,
Eu senti um dourado beija-flor.
Velhas árvores com todo esplendor
Imponentes no palco da amplidão;
Cada ramo que tem meu coração
Deu abraços no tronco da existência,
O riacho da vida com fluência
Escorreu no meu o peito de emoção.


Fui tomado nas cenas da natura
Do Sertão penetrando no meu peito,
Cada tela dum mundo bem perfeito
Aumentava a febril temperatura.
Eu ficava na máxima altura.
Vendo o mundo na linha do horizonte,
A grandeza surgindo atrás do monte
No sorriso do sol incandescente,
Dando beijos no meu corpo corrente
Que cristal se mostrava como a fonte.


Envolvido num abraço natural
Como parte integrante da paisagem,
O meu corpo mostrava uma ramagem
No sentir do meu Ser fenomenal.
O silêncio dum velho bacurau,
A cantiga estridente do “ferreiro”,
Cada instante me deixava maneiro
Flutuando na flor do coração,
Recebendo os orvalhos do Sertão
Dando beijos no meu Ser por inteiro.

2 comentários:

  1. Que Poema Encantado,Poeta!!! Estou extasiada, com tanta beleza, sensibilidade e visões magnifícas de um Ser Sertão repleto de vida, cor e luminosidade. Fico feliz em entrar no seu espaço ver e sentir que sua inspiração suspirou, profundamente, em meio a tantos compromissos acadêmicos. É maravilhoso, sempre, vislumbrar sua escrita poética através do seu blog!
    Beijos carinhosos e cheios de admiração, Rachel Rabelo.

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  2. Soneto Solitário

    No meu peito latejam sentimentos
    que misturam doçuras e lamentos.
    Uns, germinam com a nova estação;
    outros, morrem na margem da emoção.

    No silêncio, são flores pelos ventos!
    No barulho, espinhos dos momentos!
    Cada pétala traz sua proteção,
    abraçando o jardim do coração.

    Vou regando com luzes cada flor
    para ver germinar o meu amor
    e, os lírios tranquilos da saudade.

    Já não temo o escuro deste leito,
    o meu medo foi por todo desfeito
    pelas águas vibrantes da verdade.

    Rachel Rabelo

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