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quarta-feira, 26 de maio de 2010


              Infância No Pajeú

                                              Ao poeta/amigo Dirceu Rabelo

Lembro bem do meu tempo de menino
Sobre as margens do “Pajeú das Flores”,
Quando olhava os sublimes esplendores
Aumentando o meu sonho pequenino.
Era um tempo feliz e cristalino
Tendo a frente às águas da esperança;
Mergulhava o meu mundo de criança
Na corrente sutil da inocência,
Vendo as águas cristais da consciência
Sobre o leito da vida numa dança.

Eu saltava da ponte da bondade
Sobre as águas do meu mundo de sonhos;
Mergulhava nos versos bem risonhos
Dos poetas com cantos de verdade.
Eu buscava encontrar profundidade
Sob as águas do rio da fantasia;
Encontrava as correntes de poesia
Nos remansos de versos encantados,
E fazia dos braços muitos nados
Pra cruzar o meu mundo de magia.

Lembro bem do meu corpo bem maneiro
Flutuando nas águas cristalinas,
Vendo mil borboletas pequeninas
Disputando uma flor de puro cheiro.
Um soneto de Jó leve e faceiro
Balançava na pétala de uma flor,
Derramando os orvalhos do amor
Sobre o cálice da lírica saudade;
Esse tempo bucólico que me invade
São lembranças dum mundo sonhador.

Sobre a tela da mente sempre vejo
Eu menino, fazendo pescarias,
Meu anzol só pescava as poesias
Para encher o meu peito sertanejo.
No meu Ser o relâmpago em lampejo
Lembra as noites de inverno no sertão;
O meu peito estremece com trovão
Relembrando o passado da infância,
Agitando a minha alma numa ânsia
Pelo sonho que traz recordação.

4 comentários:

  1. Olá Gilmar,
    É sempre gratificante passar por aqui e navegar nas águas deste pajeú tão bem cantado por você.
    Um abraço,
    Dalinha Catunda

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  2. O Pajeú e Gilmar, Gilmar e o Pajeú estão intimamente ligados pelos laços dos belos
    poemas do Poeta, que voa pelas alturas sem
    tirar os pés do seu chão. Um abraço, Gilmar.
    Zé Rego.

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  3. Gilmar, "Infância no Pajeú", me fez viajar no tempo de criança, recordações dos banhos de rio e de açude, e das cavalgadas no sertão de minha mãe, no agreste de meu pai. Me emocionei, obrigado. Muita paz e luz! pra você. Venâncio Queiroz

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  4. Gilmar eu não sou poeta/hoje o poeta é você/à quem eu tiro o chapeu/sem mesmo lhe conhecer/por que amo a poesia/rima, proza e harmonia/tudo que ela oferecer. Eu aqui lhe ofereço/as belezas de Teixeira/da serra da Borborema/que daquela cordilheira/de lá da pedra do Jabre/vê quando o dia se abre/abraçando a terra inteira. O lugar onde eu nasci/num sítio chamado Tauá/lá cresci lá me criei/mas nunca ia imaginar/Que aquele recanto de terra/nascia tambem na serra/o Pajeú de Gilmar. abraços, alfredo leoncio.

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